domingo, 19 de dezembro de 2010

weezer - hurley (2010)



E deu na mona dos weezer mandar um disco cá para fora este ano. este já é o terceiro disco no terceiro ano para a banda, e se muitos acham que os weezer há muito que não são musicalmente relevantes, outros ainda se divertem a ouvir os cânticos de cuomo e companhia.

e eu sou um deles. è verdade que a genialidade da banda ficou nos dois primeiros discos, mas depois do primeiro homónimo e de pinkerton existe muito tema bom e altamente cantarolável. è verdade que a criatividade ficou para debaixo do tapete, mas sinceramente estou-me cagando. E "hurley" é mais um exemplo de meia dúzia de temas cantaroláveis, agradavelmente contagiantes e que soam sempre despretensiosos, o que é mais que bom.

Com uma capa a modos que peculiar (e que acabou por ficar para nome do álbum), os weezer continuam na onda do "estamo-nos a cagar, queremos é mandar merdas cá para fora sem trabalhar muito na cena" e isso nota-se positivamente. sim, disse positivamente. Vamos lá a ser honestos: se "raditude", "hurley", sobretudo estes dois, surgissem depois de um hiato da banda, obviamente que a coisa seria analisada de outra perspectiva. Não seria concerteza intenção dos weezer mandar uma cena, não incompleta ou inacabada, mas pouco consequente. Mas assim nós sabemos que cuomo está virado é para fazer música. e eu estou com ele.

Quanto a temas a cena não difere muito dos discos anteriores: "memories" é um excelente single, catchy à bruta e com uma letra que eu curto, "where's my sex" é o tema alien do disco (mais pela letra e pelo arrastar cheesy) que também soa mel nos ouvidos, "time flies" a balada que fecha o álbum. Posto isto e despachando a coisa, "hurley" não é o melhor disco dos weezer nem de perto nem de longe, mas tem um conjunto de malhas simpáticas, com letras simples mas certeiras e entretém à bruta.

È certo que a carreira dos weezer virou dum taxi driver para um the hangover. No entanto ambos os filmes têm os seus pontos fortes e são bons à sua maneira. Obviamente que the hangover nunca poderá ser scorsese, mas não é isso que quer. e os weezer também não querem sê-lo. Por mim tudo bem. a ver se nos dão mais umas cançõzinhas fresquinhas para o belo do sing along, em 2011. Por enquanto está tudo mais que aprovado.

dou sete kates recheadas de sensualidade em lost, em dez.


e toma lá vídeo do "memories". sim, tem povo do jackass. buéda sweet e quê.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Running wilde - ou como ter povo bué de bacano a fazer cenas por vezes não quer dizer grande espingarda



Toda a gente sabe, ou pelo menos devia saber, que arrested development é cena absolutamente genial. a família bluth, repleta de disfuncionalidade, conseguia obter uma química exemplar em todos os seus personagens, arranjar histórias cativantes para cada um deles, e pejar de referências a filmes séries e etc todos os episódios. diria inclusivamente que community talvez seja a série que hoje em dia mais próxima está desse brilhantismo que hurwitz, o criador, conseguiu obter.

Running wilde foi a nova aposta de hurwitz. tem também will arnet e david cross, e junta a isso keri russel que foi estrela em felicity. A história é simples: arnett é steve wilde um tipo milionário e emmy o seu antigo interesse amoroso. Emmy é uma activista ecológica e wilde um tipo ricaço que nunca trabalhara na vida. Ela volta à vida de wilde muito a pedido da sua filha e acaba a viver numa casa da árvore na propriedade de steve. David cross é o eterno namorado da bacana. e é isto.

Temos portanto uma espécie de opposites attarct e toda a série tem como necessidade mostrar a dicotomia entre os dois e a forma em como eles se conseguem contrapôr. E de facto ela tenta fazer isso em quase todos os seus momentos. è normal vermos Wilde no meio do seu ócio, com uma data de luxos desnecessários, e emmy a contrariar essa vivência a tentar mudá-lo e a educar a sua fiilha ao mesmo tempo.

A questão é: isto tem graça? Esse é o problema. Running wilde tenta funcionar através desta oposição de caracteres (juntando também o vizinho, amigo e rival faad e alguns empregados de steve), sendo que por vezes consegue na maior parte das vezes falta-lhe simplesmente chegar ao clímax da piada. Nota-se construção de personagens, nota-se vontade em contar histórias que façam rir o espectador, mas falta o mais importante: que ele de facto se ria. è normal que achemos graça ao estilo irresponsável e meio facilista de steve, mas a questão é que não passa muito disso.

Tendo estes factores em conta a fox já cancelou a série. Ficará com os 13 episódios que foram gravados e é uma sorte. E se por um lado a série não conseguiu granjear momentos de humor puro, por outro parece-me que teria por ali matéria-prima suficiente para conseguir carburar. Acredito sinceramente que running wilde ainda tinha muito por onde pegar e podia chegar pelo menos perto de arrested development. Parece um contrasenso dizer isto depois dos bitaites que debitei mas episódios como o excelente "the junior affairs" faziam-me acreditar nisso.

Steve wilde é uma personagem interessante o suficiente para nos importarmos com ele, e emmy com mais algum desenvolvimento chegava lá. Acho é que andy, o namorado de emmy, devia ter tido mais tempo de antena porque criar um ambientalista extremista mas que depois se contradizia em algumas acções, é cena demasiado boa para só surgir em 4 ou 5 episódios.

Sinceramente acredito que running wilde ainda vai ser lembrada daqui a uns anos como "série que afinal até tinha graça, mas ninguém micou isso no tempo certo". è pena que assim seja porque hurwitz continua a ser um génio, arnet e russel tinham boa química e a série granjeia momentos porreiros de quando em vez. só espero que esta parelha toda volte o mais depressa possível. e consiga desta vez criar um conceito que seja melhor defendido.


domingo, 28 de novembro de 2010

community, ou harvard é tipo cocó do grande.



Normalmente as sitcoms americanas funcionam por um motivo muito específico: boa interacção entre as personagens principais. Enfiam-se alguns estereótipos em cada figura, coisas em comum, e vamos ficando a vê-las interagir ao longo dos episódios, criando situações que sejam cómicas e com as quais de alguma forma nos identifiquemos. "Community" não é excepção: a série é boa porque as personagens principais têm uma química imbatível e funcionam bem juntos. a questão é: existe algo para além disso?

Vejamos: how i met your mother fala de um grupo de amigos nos trintas e tal. friends falava de...bem o nome diz tudo. raising hope é sobre uma família que tem um novo membro. big bang theory são quatro nerds e uma gaja boa, vizinha de dois deles. Tudo isto tem um denominador comum: independentemente de cada série ter personagens bem diferentes umas das outras, na maior parte dos casos, o seu passado é idêntico. estamos a falar de amizades, de temas familiares, de vizinhança. Community não. fala de um grupo de pessoas que só mesmo naquele local específico é que se poderiam encontrar. e isso faz toda a diferença.



Community tem uma premissa simples: jeff um advogado sem grandes escrúpulos é obrigado a frequentar uma faculdade pública americana para poder voltar ao activo. Rapidamente encontra um interesse amoroso chamado britta, tentando arranjar motivos para "estudar" espanhol com ela. nisto britta junta alguns colegas para fazerem um grupo de estudo de espanhol e jeff acaba por ficar no grupo também.

e pronto. o que temos depois é uma miúda que passou as passas do algarve na adolescência, um tipo mega boss no secundário que depois se lixou a entrar na faculdade, um indiano estranho, uma afro americana já para os 40 linguaruda à bruta e um tipo de meia idade a tentar ser o mais jovem possível. community vive totalmente das personagens e lucra imenso com a improbabilidade de cruzamento das mesmas: muitas das situações cómicas que se arrancam da série têm a ver com esta estranheza de interacção. nisso e também com o director da faculdade que tenta ser sempre o mais politicamente correcto possível, acabando sempre por fazer bem pior, e pelo genial professor de espanhol, señor chang aka ken jeong o chinês nu de the hangover.




Por outro lado a série tem também conseguido aguentar-se porque em cada episódio vemos disciplinas novas que os alunos vão fazendo de modo a conseguirem mais créditos. Ou seja têm existido sempre boas razões para continuarmos colados. De qualquer forma "community" funciona onde as outras sitcoms também funcionam: num cast bem escolhido (onde está chevy chase e o já citado ken jeong) numa boa interacção entre ele, mas sobretudo na surpresa em ver os habituais losers, misturados com os "machos dominantes" da cena, e com povo mais velho que já nem sabe bem o que é. Por outro lado as particularidades de cada personagem são também ricas o suficiente para a série andar.

"Community" vai somente na sua segunda temporada. ainda não sabe se será renovada ou não: isto nos states as audiências mandam, e uma série até pode ser merdosa mas se tiver público continua até ao fim do universo. No entanto para além de momentos cómicos de mestre que por vezes consegue arrancar, fica também a vitória em como misturar passados tão distintos pode dar em coisa boa. por mim venham mais umas quantas temporadas que isto merece inteiramente a minha atenção.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

the walking dead - porque os zombies são nossos amigos




Ou pelo menos são mais que as mães. Esta adaptação feita da bd com o mesmo nome (que já tem uns quantos capítulos) já é falada ao tempo. aliás pelas internets da vida e provavelmente pelo amc - canal que exibe a série nos states - isto andou a ser divulgado abrutalhadamente. the walking dead entrava nossos pcs adentro mal começássemos a pesquisar por séries novas. a verdade é que esta será provavelmente a primeira série com zombies ó sério e para durar uns tempos: e diga-se que os zombies são muito mais fizes que os vampiros: pelo menos não optam pela paneleirice do pescocinho e vão logo escarafunchar o corpo todo duma pessoa. lindíssimo.

Ora a história parece girar em torno de Rick grimes, bófia e pai de família. O nosso herói leva um tiro nos cornos, fica em coma e quando acorda apercebe-se que qualquer coisa anda estranha. Vai analisar melhor e parece que há uns quantos cadáveres por aí e povo morto-vivo. E a sinopse da coisa é isto. è simples? é. Mas tendo em conta que estamos a falar de zombies enfiados numa série pode soar estranho. No entanto existe alguém que nos descansa em relação à série em si: frank darabont himself, um dos criadores, realizador de obras do caraças como shawshank redemption e o subvalorizadíssimo the mist.



Honestamente, e digo isto sem qualquer problema, este episódio piloto pareceu-me o melhor pilot que já vi desde o de lost. è grandioso nos planos que darabont lhe aplica, consegue ser emocional no sentimento de perda do personagem principal, de incompreensão face a uma realidade totalmente nova, e ao mesmo tempo enérgico e assustador nalgumas cenas em que surgem os zombies. todas as faces desta moeda chamada "the walking dead" foram claramente (bem) calculadas para lhe imprimir o efeito desejado. Não se sente que qualquer pormenor importante fora descurado, e mesmo a história paralela deste episódio foi um portento de emocionalidade e humanismo.

Há de facto cenas que marcam mas que não vou relatar. A questão é que houve todo um misto de sentimentos já expostos e estamos a falar de uma série que se direcciona para a temática zombie. Por outro lado as personagens com quem nós tivemos mais familiaridade (rick grimes e o pai e filho cujo nome já não me lembro) foram descritas na perfeição e tivemos plena preocupação com o seu destino. E isso foi um dos grandes trunfos de lost: conseguir encher a vista mas ao mesmo tempo ter em atenção que o mais importante são as vidas criadas naquele ecrã.



Não faço ideia como é que "the walking dead" vai continuar. Mas com um portento destes acredito plenamente no futuro desta série que me parece vir a revolucionar o mundo do ecrã mais pequenote. A amc parece ter acertado outra vez. Depois da batelada de prémios de mad men (que nunca tive tomates para ver) dos prémios e da genialidade de breaking bad e da seca do caraças chamada rubicon(mas pois teve críticas porreiras), the walking dead parece seguir o trilho do canal. Agora é ver se darabont consegue continuar a história sem nos fartar de ver um tipo em busca da sua família e a dar porrada em zombies.

Se fosse para dar nota eram praí nove zombies e meio a levarem um tiraço nos cornos.


sábado, 9 de outubro de 2010

seriados que começaram no simpático corropio do outono e que eu já andei a micar.

Por tradição a temporada setembro/outubro é mais que prolífera nos states no que diz respeito a séries de tv. Este ano então tem sido um abuso do caraças: hawaii five-o, sh** my dad says, terriers, the glades, rubicon(estas duas começaram um bocado mais cedo mas que se lixe) the event, undercovers, the big c, lonestar, boardwalk empire,running wilde, raising hope, detroit 1-8-7...enfim. um porradão delas. Neste caso falaremos só de 3 exemplos que foram até agora aqueles que mais vontade me deram de ver: the event, the glades e raising hope.



The event é um emaranhado de situações, muito provavelmente interligadas de modo lógico e que acontecem meio abruptamente: ao mesmo tempo vemos um bacano fodido da marmita porque a namorada foi raptada, um atentado ao presidente dos eua, e ainda a existência de aliens na terra. tudo isto parece estar interligado. a história inicia-se de forma frenética com o que parece ser a tentativa de tomada de um avião por parte de uma das personagens, desenvolvendo-se em flashbacks constantes.

è uma história pois claro recheada de mistérios, teorias e situações que tentam surpreender o espectador. A questão é: poderá funcionar? a ver vamos. Os 3 primeiros episódios, embora longe de perfeitos, parecem-me suficientes para a coisa conseguir carburar. Mas tudo vai depender da forma em como as personagens se desenvolverem. Afinal foi à pala delas, e não à pala dos milhentos mistérios, que lost teve sucesso onde flashforward falhou rotundamente. Por enquanto parece-me ser uma série interessante de seguir, com ideias frescas e que vai buscar de facto inspiração a estas duas séries que referi como a 24. Mas não vale a pena avaliar muito, o ideal é esperar por mais...



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Já "the glades" resume-se em 3 linhas. Detective de chicago é transferido para a florida, supostamente porque o seu chefe ficou chifrudo à pala dele. a questão é que a cena na florida é mais intrincada do que ele estava à espera... e é isto. A série começa sempre por um cadáver encontrado por alguém que está naquele spot muitas vezes por razões marotas, e a investigação é desencadeada mais ou menos sempre da mesma forma. O que vale é que Jim longworth é um detective de facto inteligente, costuma transgredir um bocado o sistema em que está e isso tem graça. a personagen não sendo muito rica consegue-se aguentar, bem como os secundários: a enfermeira callie e o tipo que trabalha nas autópsias, carlos sanchez.

Não sendo portanto uma série propriamente inventiva e até sendo um pouco repetitiva por vezes, "the glades" consegue cativar através de episódios sólidos, boas interpretações e uma boa química entre os seus intervenientes. e jim longworth tem um simpático grau de coolness que ajuda. è bom entretenimento e uma boa forma de evitar os csis da vida que estão mais que batidos. aliás o próprio canal onde a série é transmitida já percebeu isso, renovando a série para uma segunda temporada.

a esta já posso dar nota: e leva sete laranjas da cena em dez.



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"Raising hope" é a nova série do criador de "my name is earl" e tem a simples premissa de um chavalo meio loser, de nome Jimmy chance, a ser pai à pala de uma one night stand com uma bacana criminosa à bruta. tudo isto se descobre em dez minutos, e depois disso a série acompanha a criança (que inicialmente se chama princess beyonce!) a ser educada pelo seu pai e sua família disfuncional: os avós que têm uns 15 anos de diferença dele, uma operadora de caixa que é o seu interesse amoroso (e a sua prima que funciona como oposto), e a bisavó maluca dos cornos que fuma à bruta e anda de topless pela casa.

"Raising hope" tem somente três episódios: para já sabe-se que vai ter uma temporada completa de 22 capítulos, mas acredito que se a série assim continuar poderá ter bem mais que uma simples season. è que tem tudo para dar certo: personagens que cativam, momentos cómicos em barda, uma boa conjugação no elenco e sobretudo um tom honesto e simples, por vezes até comovente. De facto tanto as notas no metacritic, como as audiências em si fazem-me acreditar nisso. Parece ser uma sitcom que tem tudo para ser uma vencedora. Até o formato meio abrupto em como os episódios são montados me parece ficar a matar em tudo isto. Para já é a minha grande revelação deste ano a nível de séries, e só quero é que assim continue. Quero mandar muitas mais gargalhadas à pala desta cativante família.




e está feito. the event é série para quem curtia lost, 24 e ficou lixado(a) dos cornos com o cancelamento de flashforward. the glades é para quem curtia monk e está farto dos csis da vida para ver crimes a ser resolvidos. e raising hope é sobretudo para quem gosta de sitcoms e de filmes como o gigantesco little miss sunshine. e pronto.done.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

kick-ass, ou como andar à pêra só porque sim.



Mark millar é um escritor de bd que já escreveu para uma data de superheróis da marvel: homem aranha, quarteto fantastico entre outros. foi também responsável pelas séries the authority, e wanted, esta última que deu em filme protagonizado por angelina jolie. Mas tudo isto que se lixe quando existe kick-ass, graphic novel mais que politicamente incorrecta, cheia de sangue, putos à batatada, carros fodidos e sobretudo uma lata do caraças em compilar tudo isto.

a história segue um puto de praí 16 anos, Dave Lizewski um tipo normalzinho da silva, com uma vida costumeira: videojogos, comics, punhetas à pala da profe de biologia. e paixão fodida pela pita toda boa da turma: Katie deauxma. è portanto um puto perfeitamente comum para a idade que tem. possui alguns problemas pessoas é certo - a mãe dele já morreu e o pai continua numa espiral de isolamento que não sendo gravíssima ainda é alvo de preocupação por parte do puto.

De qualquer forma o importante é perceber que o puto com a mania dos comics se decide literalmente armar-se em herói: arranja um fato via ebay e cá vai disto, siga proteger as ruas que elas estão cheias de cabrões. E daí a partir-se todo, aparecer no youtube e ser parceiro de uma pita de 11 anos com instinto mortífero e o pai que a educou é um passo.



Honestamente não quero mandar muitas informações sobre o livro. kick ass consegue ser uma experiência violenta, cómica, dramática e nostálgica ao mesmo tempo, sem nunca perder a lucidez em relação ao que vai relatando. è pena que o filme não consiga chegar nem sequer a metade da potência do comic, mas são coisas da vida. O que temos aqui é um adolescente tipo spider man mas sem super-poderes nenhuns: apenas leva (e muito) na tromba porque lhe apetece brincar na rua. a única protecção que ele tem são placas de metal que lhe meteram na cabeça depois de ter levado um enxerto no focinho. Isto é um super-herói dito comum? No way.



E depois temos big daddy e hit girl como sidekicks e super-heróis mais a sério: o pai, ex-bófia educou a filha para ser uma espécie de "ramba": a miúda mata a torto e a direito, usa facas como ninguém, sobe a prédios que é um mimo e ainda snifa coca nas horas vagas. e sim, tem 11 anos. São eles que se vão juntar a kick-ass, bem como red mist inicialmente um tipo que parece ter boas intenções, mas que depois...coiso. Estas são as quatro personagens no comic que mais importância e relevância têem.

Mark millar, muito bem suportado pelo excelente trabalho gráfico do consagrado john romita jr., faz aqui aquilo a que chamo uma obra-prima que consegue cativar através da violência extrema sim, mas também pelo facto de possuir um certo realismo que a torna encantadora. Isto já para não falar da excelente forma de mostrar a vida dupla do puto dave(e a tentativa de proteger a sua identidade secreta) e de conseguir meter uns mini twists pelo meio, que dão ainda mais força à história. Kick ass é um marco? Por enquanto não sei, mas pode chegar a isso. e estou ansiosamente à espera de mais...

leva nove profes de biologia pachachudas em dez.

domingo, 3 de outubro de 2010

6 filmes que são um cocó(e que toda a gente curtiu praí bués) e 6 moves que deviam ser reconhecidos na rua tipo cristiano ronaldo

Sim, já fiz uma lista idêntica umas postas abaixo. A diferença é: neste caso poderemos até falar de obras primas do caraças que injustamente não tiveram o desejado reconhecimento. aliás, alguns filmes do outro post até poderiam ser reconhecidos como uma bela merda...neste caso falemos de filmes que eu achei do caraças e que não tiveram o merecido sucesso ou reconhecimento. Quanto ao outro lado da balança é simples: filmes sobrevalorizados.


FILMES QUE SÃO UM COCÓ E QUE TODA A GENTE CURTIU BUÉS


1- BABEL



Vou ser sincero: nunca percebi o buzz à volta do iñarritu. Amores perros é um filme demasiado grande com o mesmo tipo de metáforas a serem repetidas até à exaustão. Não é mau, mas não é mais que razoável. 21 grams sim é um óptimo filme, ainda assim sem ser portento de genialidade. E babel é uma bela merda: conto esquemático sobre diferenças culturais, em como a globalização pode desmoronar uma simples acção. Com elos ridículos, interpretações meio reles, momentos de postal ilustrado sem sentido, babel é uma súmula idiota de preconceitos bacocos metidos a martelo para dar azo a "filme de consciência social". Pois claro, deu merda. Esta merda ter sido nomeada para tanto óscar é que não se percebe.

2- A BEAUTIFUL MIND



Mais um belo pedaço de cocó vindo do ron howard. é suposto ser uma biografia do matemático john forbes nash, mas acaba por se transformar num filme sobre um homem que é esquizofrénico e que, vá-se lá saber como, é alto matemático. Não fazemos puto de ideia porque raio é que ele ganha o nobel. Sabemos que é maluco da pinha que tem uma mulher boazuda e que os comprimidos que toma lhe fodem a potênncia sexual. E russel crowe está um chato do caraças a adoptar todos os trejeitos que o manual "como ganhar um óscar de melhor actor" pede. Não me lixem.

3 - AMERICAN HISTORY X



Juro que não vejo o brilhantismo disto. O que vejo é um irmão que foi preso por ter morto um preto e quando baza da choldra diz ao outro irmão que os nazis são muito maus: podem não comer miúdos ao pequeno almoço mas possuem um certo prazer em violar prisioneiros incautos que deixam cair o sabonete. as razões para que a personagem de edward norton mude de opinião são pouco mais que anedóticas, e o filme quer-se valer de uma data de flashbacks que mostram uma vida na prisão fodida é certo, mas onde parece que o simples depoimento de um gajo preto e uma enrabadela no duche à pala disso, servem para um gajo deixar de ser nazi. Ah e tal é capaz é. Bela merda.

4 - TITANIC



Ok, este até pode ser controverso: afinal há uma data de gente que também o acha merdoso. Mas vamos a ver... ganhou 13(!) óscares e tem um rating de 82% no rottentomatoes. Anyhow o filme é de facto péssimo. Puxa à lágrima fácil que é coisa parva, inventa um navio para meter uma história de amor entre a pachachuda ricaça e o cromo da bola pobre, e ainda enfia aquela coisa mete nojo chamada celine dion a cantar por cima. No seu melhor é uma comédia involuntária. No seu pior um dramalhão ridículo, sem ponta por onde se lhe pegue, que usa algo icónico como o titanic como desculpa para fazer um parzinho romântico. bah.


5 - SHAKESPEARE IN LOVE


Sinceramente já não vejo este filme aos anos. Mas como meti na cabeça meter 6 filmes tive que ir ao baú das memórias buscar este bocado de póia, da qual já não me lembro assim tão bem. No entanto a reflexão é válida por isto: shakespeare in love é um filme banalíssimo sobre um mano que escrevia umas merdas arranja uma babe toda ricaça, que se disfarça de gajo para poder entrar nas peças dele, e por aí adiante. è tão biografia de shakespeare ou algo do género, como o "garganta funda" é um slasher movie. è o aproveitamento de uma figura histórica para uma convencional história de amor que basicamente é uma idiotice. E querem saber o melhor? ganhou o óscar num ano de saving private ryan, la vita é bella e o grandioso the thin red line. Não me fodam... e quem votou nesta merda devia enfiar o óscar pela peida acima. Cabrões.


6 - THE RING


Este filme não teve o alcance crítico de alguns dos anteriores, no entanto sempre foi visto como um remake que acertou na adaptação do seu objecto fílmico. e eu digo isto: vão pó caralho. The ring é um filme chato com uma pretensa atmosfera de medo mas sem nunca a conseguir concretizar e tem cenas ridículas como um cavalo maluco dos cornos a galopar por um barco fora. Buédafixe. Naomi watts tornou-se alta actriz depois disto (mais à pala do mulholland drive do lynch pois claro) e gore verbinski fez-se menino para se meter no "pirates of caribbean" - por mim tudo bem, mas este filme já era enfiado num buraco, tapado com bosta de boi no meio do deserto do arizona. Prémmio parvoíce do caraças para esta coisa sem nexo.


6 MOVES QUE DEVIAM SER RECONHECIDOS NA RUA TIPO CRISTIANO RONALDO


1- ED WOOD


Provavelmente é o melhor filme de tim burton, a par de big fish a meu entender. A biografia de edward d.wood jr o mano maluco da marmita com uma paixão gigantesca por cinema e que curtia vestir-se à gaja (claramente seria um potencial folião do carnaval aqui da terra) é das coisas mais genialmente delirantes que já devem ter sido feitas em hollywood. Foi o filme que originou o salto de tim burton para a excelência, que tornou johnny depp o actor do caraças que é hoje. Está bem, está bem, já tinha havido edward scissorhands antes, mas aí depp ainda não estava no "formato jack sparrow" digamos assim. E ed wood tinha um elenco fabuloso... é comédia, é drama, é uma obra genial que pouco sucesso teve. e que merecia ser glorificado enquando um dos melhores filmes da década de 90.

2- HOT FUZZ



Senão fosse nuno markl, este filme ia pelo ralo abaixo tal como foi o brilhante "shaun of the dead". Realizado por edgar wright e com frost e pegg novamente em dupla, hot fuzz é como se enfiássemos sylvester stallone à porrada com manos no meio da bela terra da vidigueira. a saga de um bófia exemplar que é destacado para uma terra de província, é um filme cómico de acção divertidíssimo, que entretém como tudo e uma homenagem descarada e gigante tanto aos buddy movies, como aos blockbusters de acção hollywoodescos. Um filme com uma data de sumo, inteligente e que demonstra que muitas vezes os melhores filmes não passam nos cinemas, por interesses comerciais bacocos e ilógicos. OK, este passou mas foi milagre do grande.


3 - THE MIST



Darabont teve reconhecimento absoluto com the shawshank redemption, mas tanto the majestic, como este the mist passaram praticamente ao lado de carreiras que mereciam ter sido muito mais lucrativas. The majestic é um bom filme; the mist é genial no medo que imprime, na reacção humana em relação a esse medo, na assustadora transformação das profecias inicialmente ridículas, para a coisa mais crédula do universo, focadas na personagem de marcia gay harden. Isto já para não falar no final mais aterrador da história do cinema, atrevo-me a dizer. Foi provavelmente o melhor filme do seu ano (2007) e merecia todos os prémios do mundo. Em vez disso teve uma carreira tão discreta nas salas como carlos queiroz na selecção nacional...

4- THE 25TH HOUR



Spike lee é dos meus realizadores favoritos. 25th hour é o filme que o capta para patamares de genialidade. Edward norton teve provavelmente o papel da sua vida neste filme. "5th hour é um rasgar de emoções face a uma nova iorque ainda a sarar as recentes dores do 11 de setembro. E fá-lo através de um tipo que está nas suas últimas horas de liberdade. Monty(norton) é a personificação de uma cidade, de um país de uma cultura que se achou sempre soberana, sempre intocável e que é tocada fatalmente no coração. E a passividade parece continuar instalada. Spike lee cria um filme com uma série de camadas, com algumas cenas geniais (norton ao espelho do wc, o diálogo entre as personagens de barry pepper e phillip seymour hoffman, ou a cena final do filme) e visualmente muito forte e realista. foi esquecido de tudo e umas botas- mesmo dos espectadores- porque é tudo uma merda seca. Merece ser visto? foda-se, merece é ser venerado...

5- BIG FAN



Eu próprio sou um bocado de bosta de boi. encontrei "big fan" por acaso, "adquiri-o" e o que vi deixou-me estarrecido: esta história simples de um fanático de uma certa equipa de futebol americano, mais loser que o charlie brown, é comovente, deprimente, cáustica, irónica, e mais um conjunto maroto de adjectivos que a serviriam perfeitamente. Realizado pelo argumentista de "the wrestler" (filme que ainda não vi, alta merda) "big fan" é uma parábola sobre os fanáticos de futebol, num filme bastante duro e que tem como mais valia nunca desiludir o espectador face às decisões tomadas pelo personagem principal - num papel do catano de patton oswalt. Merecia chegar aos óscares, ganhar tudo e mais alguma coisa e ter 23345367675544233 milhões de pessoas a vê-lo.

6 - CHASING AMY



Sim, eu curto milhões do kevin smith. Os três primeiros filmes dele são do catano, e o resto da filmografia, no geral, é muito boa. "Chasing amy" será a par do primeiro clerks o melhor filme do mano gordo de new jersey. E é uma comédia romântica com um par gigantesco de tomates, sobre um tipo que se apaixona por uma bacana fufa. Tem momentos cómicos deliciosos, dramatismo à bruta e consegue no geral ser uma parábola a todas as babes que nós curtimos mas que acabamos por perder a meio do percurso por estupidez nossa. e tudo isto num modo realista, sem paninhos quentes e sem músicas paneleiras a meio. Provavelmente a obra de kevin smith que merecia um reconhecimento muitíssimo maior do que aquele que tem. OK, clerks é genialíssimo, mas chasing amy pouco ou nada lhe fica atrás. é ir a correr vê-lo porra.


e é isto. se na primeira categoria fiz a cena espremida à bruta, neste caso falar de "savages","the fountain", "Gwoemul", "idiocracy" , entre mais cinquanta mil, só me tinha feito bem. mas que se lixe agora.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

more than a thousand - vol:IV make friends and enemies



Quem me conhece de outras andanças, saberá com certeza que os more than a thousand sempre foi uma banda por quem nutri particular gosto. têm um disco de estreia muito bom, o ep seguinte é uma cena bastante interessante, no entanto o importante é micar a genialidade de um disco chamado "trailers are always more exciting than movies" que criou um sururu (palavra mais que paneleira foda-se) relativamente grande e, diga-se até devia ter sido maior.

Este "make friends and enemies" é o segundo longa-duração da banda, depois de "the hollow", um disco também ele interessante onde a banda de setúbal experimentou outros caminhos, texturas sonoras que lhe eram desconhecidas anteriormente (é ouvir "the virus" por exemplo) Esse disco foi tanto um aligeirar de som, como também um caminho para uma experimentação que me causou alguma surpresa.

Já este "make friends and enemies" deixa isso tudo paara trás. È um disco que resulta da maturação da banda sim, mas onde se nota uma espécie de consolidação de processos maior que em "the hollow". È verdade que não tem tanta variedade sonora, no entanto compensa isso com canções com mais nervo, mais coesas, e sobretudo ainda mais catchy. Este novo disco é uma colectânea de novos hinos para serem ouvidos em todó lado garantidamente. Com um imaginário vindo de algumas histórias de horror - algo que sempre esteve presente nos mtat, muito ou pouco, "make friends and enemies" é a consequência natural da banda. Agora só com um vocalista o emocore ficou definitivamente para trás, e o que se tem é rock com alguns laivos de post-hardcore com muita força.

è verdade que o novo tomo dos manos não consegue ter temas que nos espantem abertamente: não abri a boca espanto com "teenage wastelands" ou "first bite" como abri com "the beautiful faces hide witches" ou "cease fire". Mas consegui ver estes temas muito mais enquadrados numa lógica de disco que os anteriores. Foi isso que os mais de mil fizeram: um conjunto de temas de estrutura semelhante mas que assentam bem uns com os outros e que no global fazem um excelente registo no panorama do rock em portugal. E o melhor é que já identificamos o som da banda enquanto more than a thousand.


resumindo rapidamente: boa pomada. Não chega ao brilhantismo absoluto de "trailers are always more exciting than movies" e não será necessariamente melhor que "vol.II- the hollow", mas é um disco que não envergonha a banda e onde sobretudo se nota a coesão musical de um colectivo que ainda pode crescer abrutalhadamente.

leva 8 frankensteins fodidos em 10.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DROGA NÃO DÁ SAÚDE NÃO (MAS É BEM BOA)



Sem mais delongas afirmo que breaking bad é série filhadaputa. Porquê? Foda-se. Antes de mais por ter uma história que deixa um gajo agarrado como carocho a cavalo. depois por ter um tema que se pode considerar polémico e ser uma série muitíssimo bem escrita. E finalmente por ter um porradão de personagens bastante complexas, cobertas numa data de camadas à shrek e cebola, que ora conseguuem estar num limiar de desespero arranjar irónicos cómicos reliefs e ainda inverterem os padrões sociais de modo a ficarmos divididos em relação à sua acção.

A premissa é simples e ao mesmo tempo prometedora: um tipo inteligente à bruta mas que foi meio enrabado por colegas de faculdade (bryan cranston, o pai dos putos em malcolm in the middle), acaba por se cingir a um trabalho enquanto profe de química para putos no secundário e nas horas vagas andar a lavar carros à viva força. Walt white é claramente um tipo com um qi acima da média e sabe-o, embora não faça grande espingarda para melhorar a situação. tem um filho com paralesia cerebral e uma mulher que se dedica à casa (plo menos não me lembro da skyler trabalhar no início da série). Para melhorar a coisa descobre que tem um tumor no pulmão, e que terá poucos meses de vida. Ora isso em vez de o condicionar ainda mais e fazê-lo vitimizar-se à bruta, liberta-o: num instante despede-se do trabalho na lavagem automática, e noutro está a pedir a um antigo aluno para o ajudar a montar um laboratório de droga. Objectivo? tentar fazer guita suficiente para que a família possa viver porreiramente quando ele for de lopes.

Jesse pinkman é daquele tipo de puto que nunca havia de dar grande coisa, e mais cedo ou mais tarde seria catado pela bófia à pala da andar a produzir metanfetamina. È walt que o safa de ser catado pelo cunhado (que trabalha nos narcóticos de albuquerque)e então pede-lhe para o ajudar a comercializar a droga que ele fará. E tornam-se sócios. E começa o busílis: o gajo tem cancro, é pai de familia parece ser boa pessoa, e vai ajudar uma data de viciados a viverem ainda pior. com intenções nobres sim: mas porra o gajo está a foder outras pessoas? e agora?

e o melhor é que este dilema moral inicial vai-se adensando ao longo da série: Walt white não é mau, mas se não conhecêssemos os seus motivos era um cabrão que devia ir preso. Mas o que ele faz é legítimo? E jesse que não é mau puto, mas é viciado e faz uns negócios pouco simpáticos, merece andar poraí à solta? e que acontece se a família de walt descobre a sua oculta actividade? No meio de tudo isto aparecem uns dealers (uns mais lixadotes que outros), cartéis, e um advogado o grandioso saul goodman claramente o personagem mais cómico a da série e que tem um site todo bonito e mais que funcional.



De facto o melhor de tudo é compreender como é que cada personagem reage às adversidades que surgem. e vermos as personagens a transformarem-se a realizarem acções que pareceriam inicialmente surpreendentes é o maior trunfo de breaking bad: a droga é fixe sim senhor, mas termos personagens complexos multidimensionais, faz torná-los mais humanos, mais reais. è uma série particularmente realista e que nos faz lembrar até à exaustão que ser-se humano é muito mais que respirar e possuir rotinas. Também nos surpreendemos a nós próprios. Também nos transformamos. e não me parece que até hoje alguma série que tenha visto, tenha retratado toda esta metamorfose de um modo tão cru, duro e...real. é cena do camandro breaking bad.



Vejam e percebam porque raio está a ser tão aclamada. Agora é esperar pela quarta temporada, embora ainda falte porradão de tempo...

domingo, 29 de agosto de 2010

the expendables: é tipo uma cena de matar povo à parva que obviamente se come.




Isto o ideal é ser curto e grosso: diálogos merdosos, actuações ídem, violência gratuita, sangue, facadas, mortes, tiros, explosões.

Resumindo: é boa pomada. não é filme brilhante e podia ainda ser melhor mas é exactamente aquilo que se espera dele. I mean, ninguém está à espera de recitais de shakespeare a meio do filme pois não? Stallone sabe bem o que queria oferecer, nós estamos à espera e cá vai disto. Falha por vezes em demorar demasiado tempo a carburar (quase metade do filme é a preparar um gajo para a cena séria) com metáforas óbvias -mas certeiras- e meter um vilão maroto na cara do grande eric roberts que nasceu para aquilo, para depois despejar os tiros e sangue e explosões que um gajo está à espera.

Meter stallonne, li, statham, lundgren, roberts, rourke (que no filme é um velho avozinho basicamente mas é na boa), willis num pequeno papel e ainda schwarzenegger num cameo - e o local onde estes dois últimos e stallonne se encontram é brilhante, bem com a conversa dos três- é meter ingredientes para uma panela ferver à bruta e se foder toda. E é mesmo isso que acontece, e que nós queremos que aconteça.

Nem vale a pena falar muito do filme. è aquilo que pretende ser e se fosse outra coisa qualquer ia ser uma cagada maior que a distância de unhais da serra até teixeira de baixo. mesmo se pudesse ter mais lata e tiros que se lixe: eu gostei e quero mais: venha a sequela. è divertimento puro e stallonne sabe mesmo filmar que também é bom que se saiba e um gajo se tenha consciência disso. E vale também pela homenagem que se faz aos filmes a sério de cachaporra dos oitenta, com manos que sabem bem da poda.

Vale sete ditadores sul americanos fantoche em dez.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

moves recentes: siga parlar à parva

INCEPTION de christopher nolan



Toda a gente sabe a premissa: quadrilha que rouba sonhos a povo, contratada por outro povo que quer micar as ideias presentes nesse subconsciente antes delas se transformarem em algo palpável, é contratada para implantar uma ideia noutra pessoa a troco de guita e idoneidade para o manda-chuva dos gajos. Chega?

Inception é uma película que funciona como um relógio: tudo, mas mesmo tudo está colocadinho na gaveta certa, no local correcto para que toda a narrativa funcione sem falhas. a construção em si está tão bem executada que sabe em cada momento aquilo que o espectador sente, aquilo que ele quer saber e aquilo que ele poderá pensar sobre o que está a ver. Noolan criou um argumento com uma cadência perfeita. para além disto os actores foram muito bem escolhidos, e todo o casting se mostra tremendamente unido ao longo do filme.

Inception ainda por cima consegue a proeza de ser um misto de um porradão de géneros: é um heist movie, é um filme de acção, mas por vezes também é um drama e vai até buscar muitos elementos ao género fantástico pela forma brilhante e eloquente em como constrói cada sonho que vemos (e constrói é mesmo coisa literal) e pela própria reacção das personagens - aqui sobretudo de di caprio e seus demónios interiores - em relação aos sonhos que supostamente eles dominarão.

Mas o melhor do filme é que ele consegue ter todos estes elementos e ser ao mesmo tempo um blockbuster: não é extremamente complexo, mas não cede a qualquer facilitismo. Tem um factor entretenimento elevadíssimo e ao mesmo tempo é uma obra autoral. Jogar neste limbo é algo que nolan sempre fez bem e elevou ainda mais a fasquia com este filme.

Pode parecer parvo, mas a falha maior de inception é não ter falhas: e como não tem falhas por vezes pode-se tornar frio aos olhos de quem o vê: como uma obra de arte que todos admiramos mas com a qual não nutrimos um irracional amor. Neste caso isso não me parece existir: inception tem todos os seus argumentos no sítio e não permite irracionalidades. De qualquer forma há que dizê-lo: se permitisse nolan iria desvirtuar aquilo que quis criar. E é curioso que nós mesmos acabamos por tomar nota desta pecha mas ter consciência de que não seria possível emendá-la: inception é um relógio e os relógios não se quedam por amores e ódios e cenas afins.

No geral leva oito elen pages e meia (ela é pequenina mas pronto, um gajo tinha de a encurtar um tudo nada mais) em dez.




Fixe não é? Primeiro meto a giselle bundchen seminua a seguir, espeto com...a odete santos. é assim na base do simpático turn off que um gajo curte espantar o povo. Mas eu nem diria uma odete santos: diria uma daquelas babes com quem um gajo tem acção por já estar meio bezano e a cena acaba por desenrolar. Quem? foda-se que agora tinha de pensar.

Sim, the last airbender é mau. Não não é um bocado de póia apanhada nos confins da idade do gelo e criada por 3243547689 mamutes com mais caganeira que 400 milhões de mrs metanos juntos. Shyamalan fez merda mas foi mais calcá-la do que propriamente o acto em si. Posto isto, a análise é simples: actores?mau. direcção dos mesmos? um cocó gigante.argumento? foda-se ele que páre de escrever depressa que aqueles diálogos são uma decadente comédia. Realização? boa porra. aproventamento do conceito da série propriamente dita (que veiodo nickelodeon) razoável/bom. Efeitos visuais e banda sonora? porreiríssimos.

Tecnicamente o filme está bem feito. Tem sequências de acção interessantes, mesmo aqueles gestos paneleiros que eles fazem para atacar com o seu específico elemento se aguentam, e é fixe vermos povo a andar à porrada, uns com ar (mas sem bufas) outros com fogo e outros com água etc. as sequências de batalha estão bem dirigidas. E epá existe um feeling de entretenimento que este filme tem (sobretudo na sua segunda metade, bem melhor que a primeira que quer despachar a história mais depressa que a gente se quer despachar da fila prós impostos) e que shyamalan consegue mais ou menos imprimir. Faltou desenvolver decentemente os personagens - e o avatar vivido por nah ringer até tinha o bónus de possuir um problema de consciência por não aguentar a tamanha responsabilidade de ser o avatar- coisa que shyamalan aproveitou mal - e mudar os actores.

Ou seja the last airbender é medíocre. Não é péssimo. Está é na moda andar à porrada com o shyamalan e siga toda a gente bater nele, armadões em bullies da vida só porque é moda. E com tanta efusividade em dar-lhe pontapés esquecemo-nos de ver a coisa com clareza: shyamalan tem bons filmes para além de sixth sense e unbreakable (do signs não gosto eu) the village é do camandro, lady in the water come-se, e o the happening é bem bom - e agora batam-me a mim porra.

este leva quatro elementos em dez (só há cinco elementos mas agora ando armado em avatar e inventei mais cinco)

sábado, 7 de agosto de 2010

5 filmes que até são porreiros mas toda a gente acha que são uma merda seca

Também não será bem isso. No entanto deu-me na pinha fazer uma lista de 5 moves que curto mas que, por uma ou outra razão não são decentemente considerados. Ou o povo até acha fixe mas não genial, ou é cena indiferente mas o filme até é bom, ou então toda a gente acha mesmo que aquilo cheira pior que uma hiena morta há mais de 3 meses e afinal a cena até é um tipo de babe que não sendo voluptuosa até tem os seus predicados.

Adiante começaremos com o mambo.

1- WEEKEND AT BERNIE'S



Não me lixem. Este filme não é realmente o citizen kane das comédias, mas é provavelmente a melhor comédia parva de sempre. Diz-se comédia parva aquele tipo de comédia que não tem mais que um neurónio, mas que um gajo se ri à bruta pela parvoíce. Ora ter um gajo morto a copular à bruta com uma cota casada com um mafioso, a jogar monopólio, a ter o chinó preso com agrafes...foda-se querem mais? A primeira vez que vi isto foi há uns 10 anos e ri-me comá merda. Agora...rio-me comá merda na mesma. Quer-se queira quer não "weekend at bernie's" funciona no seu pleno mau gosto em gastar à bruta um cadáver, e nos problemas que dois tipos parvos resolvem também à pala dele. Epá há povo que acha isto idiota? Mas claro que é! a questão é que de tão idiota se torna divertido como tudo. E ainda houve uma merdosa sequela, essa sim, um gigante pedaço de póia (embora ainda haja por aí coisa pior)

2-MALLRATS



Não será propriamente um filme mal-amado, mas a história de dois tipos que passam a vida no centro comercial da terra, sem fazerem a ponta dum corno, é bem mais interessante do que parece. Mallrats será porventura o filme mais subvalorizado de kevin smith (e clerks 2 também podia vir na lista) quanto mais não seja por vir depois do genial primeiro clerks e antes do brilhante chasing amy. No entanto é uma história simples sobre aquele povo que não se consegue inserir sequer no local de onde foi nascido e criado. No fundo tipos a quem a sociedade virou costas, ao ponto de eles acharem que não vale a pena sequer pensar em reinserções. E o imaginário nerd fica completo com um cameo de stan lee já para não falar de jay e silent bob que abrilhantam bem o filme. Não é uma simples comédia de consumo fácil...mas isso já parece mais complicado de perceber.

3- BORAT



Borat é genial. No entanto para os críticos portugas e uma enorme fatia do povo cinéfilo blogueiro, borat é mais que merda seca: é como se o hitler tivesse uma diarreia grotesca que fosse eclodir no filme de sacha baron cohen. quanto a isso só tenho uma cena a dizer: epá fodam-se. Não quero ser ofensivo com ninguém pois claro, que isto um gajo é amigo do povo, mas ver em borat somente meia dúzia de sketches de eventual mau-gosto e premeditados, é não perceber a ponta dum corno da essência de borat.

O filme é sobre choque cultural minha gente: o borat é o esterótipo de tipo do país subdesenvolvido que os americanos têm naquela pinha: aquele que não sabe fazer piadas, que caga e guarda os resultados da sua evacuação, o que tem uma burra a puxar um carro como meio de transporte. Cohen goza e de que maneira com o arquétipo dessa mesma ideia, e leva-a até às últimas consequências. Mau gosto? Nojo diria mesmo em certas cenas. Mas são divertidas como tudo, e conseguem estar inseridas num filme que é uma mensagem de intolerância e incompreensão dos americanos face a outras culturas. Se quisermos, borat existe porque nós achamos que ele existe. Mas não, isto são somente meia dúzia de sketches engalfinhados uns nos outros...e ainda houve gente que no ano de borat adorou o horripilante babel e achou este filme um bocado de bosta.bah.


4 - IDIOCRACY



Este parece que ninguém conhece. O gajo que fez o beavis and butthead e king of the hill, criou aqui um filme interessante comó caraças sobre um gajo mais normal que 40 graus à sombra no alentejo em agosto, que entra num programa militar e avança mil anos no futuro. Isto para descobrir que é o gajo mais inteligente à face da terra... Depois do muito inteligente office space, mike judge cria aqui o seu melhor filme (também só tem três), filme esse que ninguém conhece: o estúdio cagou de alto nele, nem trailer tem, e esteve praí 3 semanas nos cinemas dos states- o mesmo que dizer que levou cachaporra da bruta e nem notícia por isso foi.

A verdade é que para além das brilhantes analogias com o nosso tempo, e da total falta de pudor em nos mostrar uma sociedade completamente perdida, judge consegue falar da alienação de um povo, face à oferta mercantilista de que ele é alvo: toda a gente consome uma bebida energética manhosa, os filmes são a bela da treta, e todo um conjunto de porcarias são comidas à bruta. È uma pena que uma comédia destas, politicamente incorrecta e com questões sérias sobre o nosso tempo, não tenha merecido reconhecimento. Ainda por cima consegue mesmo ter graça.


5- BLADES OF GLORY



Honestamente? o filme não é nada de especial e pelo menos no tomates podres até foi bem recebido. A questão aqui é: o filme vai para além de uma comédia parva sobre dois tipos que se emparelham para fazer um par em patinagem. Tem a melhor perseguição de sempre num filme (vão vê-lo e depois vejam lá se não é verdade) e a personagem caricaturesca de machão filhadaputa de ferrel arranca momentos do catano como aquela parte em que o gajo começa a cantar a nookie de fred durst e companhia.

Mais a sério: este filme foi metido aqui meio a martelo, porque me vi à rasca para encontrar 5 filmes. mas acho que apesar de tudo existe algum merecimento inerente a blades of glory: filme para entreter que tem momentos porreiros e vale sobretudo pela louca corrida entre will arnet e ferrel, na perseguição mais ninja de sempre.

domingo, 30 de maio de 2010

rock in rio ou como arranjar um sofá à borla.




Há qualquer coisa de estranho quando um gajo vê o cartaz de um festival e se apercebe que a única banda que o faria pagar bilhete é portuga e de setúbal (isto sem desprimor nenhum para os mais de mil que são das minhas bandas nacionais favoritas). e daí talvez não quando estamos a falar do rock in rio, a verdadeira feira ambulante com concertos no meio.

Porque me parece ser essa a definição mais correcta. Eu, que nunca lá meti a pata (estive quase, quase para ir na primeira edição no dia de metallica) posso mandar o bitaite completamente à vontade. Mas quando um gajo vai ler crónicas do concerto de muse, ou do mayer, ou dos trovante e topa que existem filas para arranjar sofás insufláveis grátis(!) ou maquilhagem especial à borla( outro !), parece-lhe que o conceito de festival musical está ,mais do que extravasado, subvertido num conceito de centro comercial gigante com umas bandocas a animar o povo.

Montanhas russas e free falls e essas merdas, já eu tinha topado que existiam quando muito espantado vejo uma montanha russa no sudoeste do ano passado, patrocinada pelos totolotos e totobolas da vida. Já acho isso ridíiculo que chegue, mas tudo bem que o sudoeste agora anda vocacionado para uma espécie de férias de uma semana com uns concertos pelo meio - também me parece ser um conceito meio parvo, mas como teve lá faith no more caguei. Agora o rir consegue levar as coisas a outra dimensão: deixa que os portugas se fascinem por uma marca, que cedam à brilhante jogada de marketing e digam com orgulho que lá meteram a pata. Mesmo que não façam a puta de ideia quem lá foi tocar - e isso atingirá eventual expoente na tenda vip, por aquilo que vamos vendo e lendo nas opiniões dos bué famosos da nossa praça.

No fundo, rock in rio, idas a cancun, porto galinhas ou algarve para os pobres, carro novo, ida a um restaurante finório, são pedras do mesmo dominó e servem como objectivo de escarrapachar ao vizinho que se meteu lá a pata - e o rock in rio faz questão de enfatizar isso com a já referida t-shirt. è uma questão que se prende desde os míticos tempos dos descobrimentos em que as peixeiras tinham uma escrava porque marcava a pausa para as vizinhas, ou o povo mais pobre andava com vestes todas da moda, para depois comerem pão que sabia a areia. A questão aqui é: então e a música?


E aqui respondo eu: o rock in rio é um festival para quem não gosta de música. Peguemos nas pessoas do primeiro dia que eram REALMENTE conhecedoras das discografias de quem ia tocar. Decerto que existiam algumas mas...contar-se-iam mais que pelos dedos? Duvido. A shakira terá uma base de fãs sólida? A ivete sangalo? Honestamente não acredito. As pessoas foram porque conhecem os mega-hits da rádio, e o abananço da colombiana e a poeira da brasileira, e meia dúzia foram lá para ver o mayer e pronto. O mesmo no segundo dia. e em certa medida o mesmo no dia de muse - acredito eu que se muse não fosse no rock in rio mas noutro festival qualquer, eles não teriam tanta gente a vê-los. Parecendo que não um dos dias com fãs mais indefectíveis terá sido mesmo com o jailbait da miley cyrus. E claro neste último dia onde sobretudo motorhead e megadeth têem fãs solidamente espalhados pelo país (rammstein são cada vez mais banda da moda e soulfly é sobretudo por terem o cavalera - e ninguém sente a falta de uma banda tuga como ramp que até vai ao palco secundário ou moonspell no palco mundo?)

Mas isto pouco interessa: o mais importante é sair de lá com as guitarras e sofás insufláveis, com unhas pintadas, fotos com duplos de povo musicalmente conhecido, entre bugigangas afins que saem que nem pãezinhos quentes por serem à borla. Fazendo com que as pessoas se esqueçam dos 80 aéreos que gastaram para arranjar um sofá que ficará lindamente na mesa da sala, junto à moldura das férias em porto galinhas e da foto com o bmw novinho em folha, que residem naquele T0 da ameixoeira. È isto que o agressivo marketing do rock in rio consegue: vende sonhos e ilusões a quem os consome diariamente. Com o que isso tem de bom e mau.

segunda-feira, 22 de março de 2010

shutter island de martin scorsese - ou siga meter o povo do júlio de matos dentro da bonita série que é lost.





Que scorsese é um mestre absoluto do cinema feito nos states, é mais que óbvio. Que nos últimos anos, embora tenha feito bons filmes, amochou um tudo nada não deixa também de ser verdade. embora estejamos a falar da "bitola scorsese" que é daqueles tipos como o woody allen ou, na minha bronca opinião cronenberg por exemplo, que possuem uma avaliação especial dada a sua genialidade (embora o woody tenha feito borrada com um filme manhoso chamado "life and anything else" mas pronto)

"Shutter island" é mais um capítulo na profícua colaboração entre marty e di caprio que começou , salvo erro, no muito bom "gangs de nova iorque" e que tem ido por aí adiante. Desta vez ele conta a história de teddy daniels, um tipo que foi convocado pelo fbi ou cena parecida para investigar um desaparecimento em shutter island, ilha- prisão para povo doido da carola.

Teddy tem umas quantas assombrações marotas - não vou explicar muito, caso contrário estaria a mandar spoilers- demónios interiores que aos poucos são revelados. e aos poucos também ele apercebe-se de algo de muito maior e mais grave se passa naquela ilha. O resto é ver em duas horas que são de entretenimento claustrofóbico, doido varrido, enfim maluco dos cornos. Um filme que não é mais que psicose pura, medo sim mas sobretudo incerteza sobre aquilo que vemos.

Eu não li o livro de dennis lehane que deu origem ao filme, mas foda-se: "shutter island" é um mimo. Scorsese dá azo a uma realização extraordinariamente clássica, com grandes planos majestosos sobre a ilha e sobre a própria prisão, bem como nos vai habilmente guiando através do seu herói até ao final emocionante e emocional que executa. Com uma fotografia densa, uma montagem cuidadosa e com interpretações do caraças (sobretudo de di caprio mas todo o elenco está óptimo), scorsese filma aqui o seu filme mais negro de sempre e algo que vai ficar como objecto meio insólito na sua filmografia.

E as questões que nos coloca e que nos vão dividindo, invadindo a nossa cabeça como lanças afiadas e tal (simpática metáfora), são de tal modo perturbantes que acabamos o filme ainda a pensar naquilo. E mesmo quando a projecção termina respiramos fundo e ficamos a reflectir: será que foi mesmo verdade isto tudo? Ou é tudo ao contrário? E queremos ir buscar sinais urgentes que provem o que vimos, a verdade, quase como registo próprio de sanidade. e penso agora como é bom um filme acabar e ficarmos a pensar sobre ele durante uns tempos. scorseses não há é muitos foda-se.

Dou 9 namoradas do dicaprio e meia (não quero cortar a moça às postas mas imaginem 9 dias de sexo louco com a senhora israelita e depois mais um dia só até à hora de almoço e fica feito) em dez. filmaço mesmo.

domingo, 7 de março de 2010

Aqueles bonecos carecas dourados com nome do porcalhão da rua sésamo




Toda a gente sabe que os óscares são o culiminar de meses de pressões de estúdio y e estúdio z para colocarem um filme seu entre os nomeados, para o pôr a render depois. è de comum conhecimento de que há um porradão de filmes que não ganharam óscar de melhor filme (citizen kane, raging bull, pulp fiction, goodfellas, the thin red line) e provavelmente um gajo nem se lembra do filme que ganhou nesse específico ano (no caso de kane foi how green was my valley de john ford, o belo do rocky no ano do de niro a andar à porrada, tom hanks a fazer de tipo com problemas mentais no forrest gump, kevin costner a fazer de vira casacas no ano de goodfellas e finalmente a merda de filme chamado a paixão de shakespeare no ano do gigantesco the thin red line).

A questão é que se continua a dar importância magna aos óscares. Hey eu também sofro disso: sou estúpido o suficiente para logo à noite ficar plantado no ecrã para ver as babes decotadas e a atribuição de prémios com mais audiência do mundo. Acho que isso nos acontece simplesmente porque a promoção da cena é alta, porque é um dado onde nos agarramos ou mesmo porque queremos que certo filme ganhe e outro não, e estamos lá para justiça ser feita em directo. Normalmente nunca é pois claro.

Dando importância portanto a este golpe comercial muito bem engendrado pela indústria de hollywood desde 1900 e trocópasso, temos este ano 10 filmes nomeados para óscar: e deve ter sido dos anos em que mais filmes nomeados vi: up, district 9, an education, the hurt locker, inglourious basterds, avatar. seis portanto. não vi precious porque andar a ver uma pita a levar cachaporra da mãe como se não houvesse amanhã não me apetece. a serious man porque ainda não respirei fundo numa "siga lá que é agora". The blind side porque deve ser dramalhão à sandra bullock. e up in the air porque sou parvo - até porque de todos os nomeados parece ser aquele com o qual eu me poderia identificar mais pelo menos a nível de realização e actores.

Adiante.

Toda a gente sabe que quem vai ganhar ou é avatar ou the hurt locker. Passemos a falar de "up" então.



Se up ganhar o óscar, acho que faço operação para mudar de sexo e mudo de nome para Mariline romaneva. Não há a mínima hipótese deste simpático filme de animação sobre um velhote a cumprir o seu sonho, ganhar o óscar. é grande filme? sem dúvida. não é o melhor que aqui está mas é uma grande produção da pixar - sempre achei este nome altamente promíscuo, ser tuga é fodido - com um argumento fantabulástico e um respeito enorme pelas personagens (embora wall.e ainda seja a obra-prima do estúdio). Mas nope. Ganha o de animação, e embora é pena porque fantastic mr fox é filmaço, mas pronto já vai com sorte.




Foda-se! quem se envolveu em district 9 deve ter feito uma mega party com bezanas descomunais,comida em barda e uma data de pêgas contratadas para o efeito. tipo orgia romana ou assim. è um bom filme sem dúvida mas ser nomeado é surpresa suficiente. Funciona plenamente enquanto mistura de falso-documentário, e drama de ficção científica sobre um homem a transformar-se à bruta, mas nunca na vida alguém deve ter pensado que o filme fosse nomeado. é o que dá serem 10 este ano.



Deve ser deve. "An education" é um excelente filme. história sobre uma pita que sonha mundos e fundos à pala de uma paixão por um cota mais velho. não tem cá sentimentalismos parvos, é realista, ainda por cima não entra em rodriguinhos manhosos para explicar o que quer. hora e meia pura e dura de um filme dramático embora funcione sobretudo por causa do realismo que possui e da percepção dos anos 50 nas ilhas britânicas. mas claro que não ganha. é para a academia dizer que é muito "plural" nas escolhas e essas merdas. mas é pena que carey mulligan não tenha a mínima hipótese de ganhar o óscar, embora eu torça ardentemente que sandra bullock o vença (não por causa do filme que esse nem vi, mas ela ontem ganhou o razzie de pior actriz - se vencer hoje será a primeira actriz de sempre a ganhar o razzie e o óscar no mesmo ano. what an honor).


Estes são os filmes que, a meu ver, só foram nomeados porque agora há 10. a estes três juntava a serious man e the blindside, embora ache que an education podia ter hipóteses de lá chegar substituído pelo precious.

Ora os outros três:



È um filme filhadaputa, embora ache que funcione melhor com os capítulos vistos separadamente, ao invés da sua soma mas pronto. Esta revisão criativa de tarantino sobre a segunda guerra mundial é genialíssima, tem diálogos do cacete, simbolismos que nunca mais acabam e um hans landa que mete medo como tudo. Ganha christoph waltz o secundário e melhor argumento original que é uma maneira de compensar tarantino. Aliás se olharmos para história vemos que muitos dos filmes que ganham este óscar de argumento perdem depois para melhor filme (little miss sunshine, juno, pulp fiction, citizen kane, só para dar uns exemplos). Normalmente daqui costumo tirar fofinhas ilacções portanto se tarantino ganhar este é certo que não ganha o de melhor filme.



Deste já falei aqui e não me vou contradizer. claro que era muito fácil pegar em avatar e fazê-lo de mau da fita por ser declaradamente mainstream, por ter dado a guita que deu, por ter uma história meio esquemática. mas eu gostei do filme, gostei muito das intenções de cameron e percebo a sua nomeação pois claro. vai ficar na história sobretudo pelo seu visual arrojado mas gostava que não ganhasse. aliás diria que qualitativamente falando é dos mais fracos que aqui estão. Não é melhor que an education, inglourious basterds, the hurt locker ou up. Está ao nível de district 9 embora este ganhe pontos por ter sido feito fora de hollywood. mas é bom. gostava que não ganhasse embora me pareça o mais sério candidato. De qualquer forma se ganhar não deixa de ser justo.



The hurt locker é gigantesco. é frenético, é duro, é rude, é dramático, é suspense que não acaba, é psicológico. è uma descida aos infernos que fuunciona enquanto filme de acção, drama, experiência psicológica, e quase como documentário dado ser tão realista. Ganhar seria mostrar ao mundo a guerra naquele que parece ser o seu estado puro, mostrando os seus vícios e tentáculos, dando conta ao espectador dos seus terrores mas também das suas obsessões.

Mas duvido. é o melhor filme, tem a melhor realizadora e o melhor actor num papel do catano de jeremy renner. é o meu favorito mas duvido que consiga lá chegar. merecia? sem dúvida. Mas terá a academia tomates para premiar um filme tão duro e intenso?


Posto isto é esperar. e tenho de ver pelo menos o up in the air e o a serious man que os outros dois pouco me parecem dizer. e ter pena de filmes do caralho como big fan por exemplo que merecia estar nomeado para tudo e mais alguma coisa. mas são mambos da vida pronto.