quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DROGA NÃO DÁ SAÚDE NÃO (MAS É BEM BOA)



Sem mais delongas afirmo que breaking bad é série filhadaputa. Porquê? Foda-se. Antes de mais por ter uma história que deixa um gajo agarrado como carocho a cavalo. depois por ter um tema que se pode considerar polémico e ser uma série muitíssimo bem escrita. E finalmente por ter um porradão de personagens bastante complexas, cobertas numa data de camadas à shrek e cebola, que ora conseguuem estar num limiar de desespero arranjar irónicos cómicos reliefs e ainda inverterem os padrões sociais de modo a ficarmos divididos em relação à sua acção.

A premissa é simples e ao mesmo tempo prometedora: um tipo inteligente à bruta mas que foi meio enrabado por colegas de faculdade (bryan cranston, o pai dos putos em malcolm in the middle), acaba por se cingir a um trabalho enquanto profe de química para putos no secundário e nas horas vagas andar a lavar carros à viva força. Walt white é claramente um tipo com um qi acima da média e sabe-o, embora não faça grande espingarda para melhorar a situação. tem um filho com paralesia cerebral e uma mulher que se dedica à casa (plo menos não me lembro da skyler trabalhar no início da série). Para melhorar a coisa descobre que tem um tumor no pulmão, e que terá poucos meses de vida. Ora isso em vez de o condicionar ainda mais e fazê-lo vitimizar-se à bruta, liberta-o: num instante despede-se do trabalho na lavagem automática, e noutro está a pedir a um antigo aluno para o ajudar a montar um laboratório de droga. Objectivo? tentar fazer guita suficiente para que a família possa viver porreiramente quando ele for de lopes.

Jesse pinkman é daquele tipo de puto que nunca havia de dar grande coisa, e mais cedo ou mais tarde seria catado pela bófia à pala da andar a produzir metanfetamina. È walt que o safa de ser catado pelo cunhado (que trabalha nos narcóticos de albuquerque)e então pede-lhe para o ajudar a comercializar a droga que ele fará. E tornam-se sócios. E começa o busílis: o gajo tem cancro, é pai de familia parece ser boa pessoa, e vai ajudar uma data de viciados a viverem ainda pior. com intenções nobres sim: mas porra o gajo está a foder outras pessoas? e agora?

e o melhor é que este dilema moral inicial vai-se adensando ao longo da série: Walt white não é mau, mas se não conhecêssemos os seus motivos era um cabrão que devia ir preso. Mas o que ele faz é legítimo? E jesse que não é mau puto, mas é viciado e faz uns negócios pouco simpáticos, merece andar poraí à solta? e que acontece se a família de walt descobre a sua oculta actividade? No meio de tudo isto aparecem uns dealers (uns mais lixadotes que outros), cartéis, e um advogado o grandioso saul goodman claramente o personagem mais cómico a da série e que tem um site todo bonito e mais que funcional.



De facto o melhor de tudo é compreender como é que cada personagem reage às adversidades que surgem. e vermos as personagens a transformarem-se a realizarem acções que pareceriam inicialmente surpreendentes é o maior trunfo de breaking bad: a droga é fixe sim senhor, mas termos personagens complexos multidimensionais, faz torná-los mais humanos, mais reais. è uma série particularmente realista e que nos faz lembrar até à exaustão que ser-se humano é muito mais que respirar e possuir rotinas. Também nos surpreendemos a nós próprios. Também nos transformamos. e não me parece que até hoje alguma série que tenha visto, tenha retratado toda esta metamorfose de um modo tão cru, duro e...real. é cena do camandro breaking bad.



Vejam e percebam porque raio está a ser tão aclamada. Agora é esperar pela quarta temporada, embora ainda falte porradão de tempo...

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