terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Running wilde - ou como ter povo bué de bacano a fazer cenas por vezes não quer dizer grande espingarda



Toda a gente sabe, ou pelo menos devia saber, que arrested development é cena absolutamente genial. a família bluth, repleta de disfuncionalidade, conseguia obter uma química exemplar em todos os seus personagens, arranjar histórias cativantes para cada um deles, e pejar de referências a filmes séries e etc todos os episódios. diria inclusivamente que community talvez seja a série que hoje em dia mais próxima está desse brilhantismo que hurwitz, o criador, conseguiu obter.

Running wilde foi a nova aposta de hurwitz. tem também will arnet e david cross, e junta a isso keri russel que foi estrela em felicity. A história é simples: arnett é steve wilde um tipo milionário e emmy o seu antigo interesse amoroso. Emmy é uma activista ecológica e wilde um tipo ricaço que nunca trabalhara na vida. Ela volta à vida de wilde muito a pedido da sua filha e acaba a viver numa casa da árvore na propriedade de steve. David cross é o eterno namorado da bacana. e é isto.

Temos portanto uma espécie de opposites attarct e toda a série tem como necessidade mostrar a dicotomia entre os dois e a forma em como eles se conseguem contrapôr. E de facto ela tenta fazer isso em quase todos os seus momentos. è normal vermos Wilde no meio do seu ócio, com uma data de luxos desnecessários, e emmy a contrariar essa vivência a tentar mudá-lo e a educar a sua fiilha ao mesmo tempo.

A questão é: isto tem graça? Esse é o problema. Running wilde tenta funcionar através desta oposição de caracteres (juntando também o vizinho, amigo e rival faad e alguns empregados de steve), sendo que por vezes consegue na maior parte das vezes falta-lhe simplesmente chegar ao clímax da piada. Nota-se construção de personagens, nota-se vontade em contar histórias que façam rir o espectador, mas falta o mais importante: que ele de facto se ria. è normal que achemos graça ao estilo irresponsável e meio facilista de steve, mas a questão é que não passa muito disso.

Tendo estes factores em conta a fox já cancelou a série. Ficará com os 13 episódios que foram gravados e é uma sorte. E se por um lado a série não conseguiu granjear momentos de humor puro, por outro parece-me que teria por ali matéria-prima suficiente para conseguir carburar. Acredito sinceramente que running wilde ainda tinha muito por onde pegar e podia chegar pelo menos perto de arrested development. Parece um contrasenso dizer isto depois dos bitaites que debitei mas episódios como o excelente "the junior affairs" faziam-me acreditar nisso.

Steve wilde é uma personagem interessante o suficiente para nos importarmos com ele, e emmy com mais algum desenvolvimento chegava lá. Acho é que andy, o namorado de emmy, devia ter tido mais tempo de antena porque criar um ambientalista extremista mas que depois se contradizia em algumas acções, é cena demasiado boa para só surgir em 4 ou 5 episódios.

Sinceramente acredito que running wilde ainda vai ser lembrada daqui a uns anos como "série que afinal até tinha graça, mas ninguém micou isso no tempo certo". è pena que assim seja porque hurwitz continua a ser um génio, arnet e russel tinham boa química e a série granjeia momentos porreiros de quando em vez. só espero que esta parelha toda volte o mais depressa possível. e consiga desta vez criar um conceito que seja melhor defendido.


Sem comentários:

Enviar um comentário