sábado, 9 de outubro de 2010

seriados que começaram no simpático corropio do outono e que eu já andei a micar.

Por tradição a temporada setembro/outubro é mais que prolífera nos states no que diz respeito a séries de tv. Este ano então tem sido um abuso do caraças: hawaii five-o, sh** my dad says, terriers, the glades, rubicon(estas duas começaram um bocado mais cedo mas que se lixe) the event, undercovers, the big c, lonestar, boardwalk empire,running wilde, raising hope, detroit 1-8-7...enfim. um porradão delas. Neste caso falaremos só de 3 exemplos que foram até agora aqueles que mais vontade me deram de ver: the event, the glades e raising hope.



The event é um emaranhado de situações, muito provavelmente interligadas de modo lógico e que acontecem meio abruptamente: ao mesmo tempo vemos um bacano fodido da marmita porque a namorada foi raptada, um atentado ao presidente dos eua, e ainda a existência de aliens na terra. tudo isto parece estar interligado. a história inicia-se de forma frenética com o que parece ser a tentativa de tomada de um avião por parte de uma das personagens, desenvolvendo-se em flashbacks constantes.

è uma história pois claro recheada de mistérios, teorias e situações que tentam surpreender o espectador. A questão é: poderá funcionar? a ver vamos. Os 3 primeiros episódios, embora longe de perfeitos, parecem-me suficientes para a coisa conseguir carburar. Mas tudo vai depender da forma em como as personagens se desenvolverem. Afinal foi à pala delas, e não à pala dos milhentos mistérios, que lost teve sucesso onde flashforward falhou rotundamente. Por enquanto parece-me ser uma série interessante de seguir, com ideias frescas e que vai buscar de facto inspiração a estas duas séries que referi como a 24. Mas não vale a pena avaliar muito, o ideal é esperar por mais...



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Já "the glades" resume-se em 3 linhas. Detective de chicago é transferido para a florida, supostamente porque o seu chefe ficou chifrudo à pala dele. a questão é que a cena na florida é mais intrincada do que ele estava à espera... e é isto. A série começa sempre por um cadáver encontrado por alguém que está naquele spot muitas vezes por razões marotas, e a investigação é desencadeada mais ou menos sempre da mesma forma. O que vale é que Jim longworth é um detective de facto inteligente, costuma transgredir um bocado o sistema em que está e isso tem graça. a personagen não sendo muito rica consegue-se aguentar, bem como os secundários: a enfermeira callie e o tipo que trabalha nas autópsias, carlos sanchez.

Não sendo portanto uma série propriamente inventiva e até sendo um pouco repetitiva por vezes, "the glades" consegue cativar através de episódios sólidos, boas interpretações e uma boa química entre os seus intervenientes. e jim longworth tem um simpático grau de coolness que ajuda. è bom entretenimento e uma boa forma de evitar os csis da vida que estão mais que batidos. aliás o próprio canal onde a série é transmitida já percebeu isso, renovando a série para uma segunda temporada.

a esta já posso dar nota: e leva sete laranjas da cena em dez.



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"Raising hope" é a nova série do criador de "my name is earl" e tem a simples premissa de um chavalo meio loser, de nome Jimmy chance, a ser pai à pala de uma one night stand com uma bacana criminosa à bruta. tudo isto se descobre em dez minutos, e depois disso a série acompanha a criança (que inicialmente se chama princess beyonce!) a ser educada pelo seu pai e sua família disfuncional: os avós que têm uns 15 anos de diferença dele, uma operadora de caixa que é o seu interesse amoroso (e a sua prima que funciona como oposto), e a bisavó maluca dos cornos que fuma à bruta e anda de topless pela casa.

"Raising hope" tem somente três episódios: para já sabe-se que vai ter uma temporada completa de 22 capítulos, mas acredito que se a série assim continuar poderá ter bem mais que uma simples season. è que tem tudo para dar certo: personagens que cativam, momentos cómicos em barda, uma boa conjugação no elenco e sobretudo um tom honesto e simples, por vezes até comovente. De facto tanto as notas no metacritic, como as audiências em si fazem-me acreditar nisso. Parece ser uma sitcom que tem tudo para ser uma vencedora. Até o formato meio abrupto em como os episódios são montados me parece ficar a matar em tudo isto. Para já é a minha grande revelação deste ano a nível de séries, e só quero é que assim continue. Quero mandar muitas mais gargalhadas à pala desta cativante família.




e está feito. the event é série para quem curtia lost, 24 e ficou lixado(a) dos cornos com o cancelamento de flashforward. the glades é para quem curtia monk e está farto dos csis da vida para ver crimes a ser resolvidos. e raising hope é sobretudo para quem gosta de sitcoms e de filmes como o gigantesco little miss sunshine. e pronto.done.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

kick-ass, ou como andar à pêra só porque sim.



Mark millar é um escritor de bd que já escreveu para uma data de superheróis da marvel: homem aranha, quarteto fantastico entre outros. foi também responsável pelas séries the authority, e wanted, esta última que deu em filme protagonizado por angelina jolie. Mas tudo isto que se lixe quando existe kick-ass, graphic novel mais que politicamente incorrecta, cheia de sangue, putos à batatada, carros fodidos e sobretudo uma lata do caraças em compilar tudo isto.

a história segue um puto de praí 16 anos, Dave Lizewski um tipo normalzinho da silva, com uma vida costumeira: videojogos, comics, punhetas à pala da profe de biologia. e paixão fodida pela pita toda boa da turma: Katie deauxma. è portanto um puto perfeitamente comum para a idade que tem. possui alguns problemas pessoas é certo - a mãe dele já morreu e o pai continua numa espiral de isolamento que não sendo gravíssima ainda é alvo de preocupação por parte do puto.

De qualquer forma o importante é perceber que o puto com a mania dos comics se decide literalmente armar-se em herói: arranja um fato via ebay e cá vai disto, siga proteger as ruas que elas estão cheias de cabrões. E daí a partir-se todo, aparecer no youtube e ser parceiro de uma pita de 11 anos com instinto mortífero e o pai que a educou é um passo.



Honestamente não quero mandar muitas informações sobre o livro. kick ass consegue ser uma experiência violenta, cómica, dramática e nostálgica ao mesmo tempo, sem nunca perder a lucidez em relação ao que vai relatando. è pena que o filme não consiga chegar nem sequer a metade da potência do comic, mas são coisas da vida. O que temos aqui é um adolescente tipo spider man mas sem super-poderes nenhuns: apenas leva (e muito) na tromba porque lhe apetece brincar na rua. a única protecção que ele tem são placas de metal que lhe meteram na cabeça depois de ter levado um enxerto no focinho. Isto é um super-herói dito comum? No way.



E depois temos big daddy e hit girl como sidekicks e super-heróis mais a sério: o pai, ex-bófia educou a filha para ser uma espécie de "ramba": a miúda mata a torto e a direito, usa facas como ninguém, sobe a prédios que é um mimo e ainda snifa coca nas horas vagas. e sim, tem 11 anos. São eles que se vão juntar a kick-ass, bem como red mist inicialmente um tipo que parece ter boas intenções, mas que depois...coiso. Estas são as quatro personagens no comic que mais importância e relevância têem.

Mark millar, muito bem suportado pelo excelente trabalho gráfico do consagrado john romita jr., faz aqui aquilo a que chamo uma obra-prima que consegue cativar através da violência extrema sim, mas também pelo facto de possuir um certo realismo que a torna encantadora. Isto já para não falar da excelente forma de mostrar a vida dupla do puto dave(e a tentativa de proteger a sua identidade secreta) e de conseguir meter uns mini twists pelo meio, que dão ainda mais força à história. Kick ass é um marco? Por enquanto não sei, mas pode chegar a isso. e estou ansiosamente à espera de mais...

leva nove profes de biologia pachachudas em dez.

domingo, 3 de outubro de 2010

6 filmes que são um cocó(e que toda a gente curtiu praí bués) e 6 moves que deviam ser reconhecidos na rua tipo cristiano ronaldo

Sim, já fiz uma lista idêntica umas postas abaixo. A diferença é: neste caso poderemos até falar de obras primas do caraças que injustamente não tiveram o desejado reconhecimento. aliás, alguns filmes do outro post até poderiam ser reconhecidos como uma bela merda...neste caso falemos de filmes que eu achei do caraças e que não tiveram o merecido sucesso ou reconhecimento. Quanto ao outro lado da balança é simples: filmes sobrevalorizados.


FILMES QUE SÃO UM COCÓ E QUE TODA A GENTE CURTIU BUÉS


1- BABEL



Vou ser sincero: nunca percebi o buzz à volta do iñarritu. Amores perros é um filme demasiado grande com o mesmo tipo de metáforas a serem repetidas até à exaustão. Não é mau, mas não é mais que razoável. 21 grams sim é um óptimo filme, ainda assim sem ser portento de genialidade. E babel é uma bela merda: conto esquemático sobre diferenças culturais, em como a globalização pode desmoronar uma simples acção. Com elos ridículos, interpretações meio reles, momentos de postal ilustrado sem sentido, babel é uma súmula idiota de preconceitos bacocos metidos a martelo para dar azo a "filme de consciência social". Pois claro, deu merda. Esta merda ter sido nomeada para tanto óscar é que não se percebe.

2- A BEAUTIFUL MIND



Mais um belo pedaço de cocó vindo do ron howard. é suposto ser uma biografia do matemático john forbes nash, mas acaba por se transformar num filme sobre um homem que é esquizofrénico e que, vá-se lá saber como, é alto matemático. Não fazemos puto de ideia porque raio é que ele ganha o nobel. Sabemos que é maluco da pinha que tem uma mulher boazuda e que os comprimidos que toma lhe fodem a potênncia sexual. E russel crowe está um chato do caraças a adoptar todos os trejeitos que o manual "como ganhar um óscar de melhor actor" pede. Não me lixem.

3 - AMERICAN HISTORY X



Juro que não vejo o brilhantismo disto. O que vejo é um irmão que foi preso por ter morto um preto e quando baza da choldra diz ao outro irmão que os nazis são muito maus: podem não comer miúdos ao pequeno almoço mas possuem um certo prazer em violar prisioneiros incautos que deixam cair o sabonete. as razões para que a personagem de edward norton mude de opinião são pouco mais que anedóticas, e o filme quer-se valer de uma data de flashbacks que mostram uma vida na prisão fodida é certo, mas onde parece que o simples depoimento de um gajo preto e uma enrabadela no duche à pala disso, servem para um gajo deixar de ser nazi. Ah e tal é capaz é. Bela merda.

4 - TITANIC



Ok, este até pode ser controverso: afinal há uma data de gente que também o acha merdoso. Mas vamos a ver... ganhou 13(!) óscares e tem um rating de 82% no rottentomatoes. Anyhow o filme é de facto péssimo. Puxa à lágrima fácil que é coisa parva, inventa um navio para meter uma história de amor entre a pachachuda ricaça e o cromo da bola pobre, e ainda enfia aquela coisa mete nojo chamada celine dion a cantar por cima. No seu melhor é uma comédia involuntária. No seu pior um dramalhão ridículo, sem ponta por onde se lhe pegue, que usa algo icónico como o titanic como desculpa para fazer um parzinho romântico. bah.


5 - SHAKESPEARE IN LOVE


Sinceramente já não vejo este filme aos anos. Mas como meti na cabeça meter 6 filmes tive que ir ao baú das memórias buscar este bocado de póia, da qual já não me lembro assim tão bem. No entanto a reflexão é válida por isto: shakespeare in love é um filme banalíssimo sobre um mano que escrevia umas merdas arranja uma babe toda ricaça, que se disfarça de gajo para poder entrar nas peças dele, e por aí adiante. è tão biografia de shakespeare ou algo do género, como o "garganta funda" é um slasher movie. è o aproveitamento de uma figura histórica para uma convencional história de amor que basicamente é uma idiotice. E querem saber o melhor? ganhou o óscar num ano de saving private ryan, la vita é bella e o grandioso the thin red line. Não me fodam... e quem votou nesta merda devia enfiar o óscar pela peida acima. Cabrões.


6 - THE RING


Este filme não teve o alcance crítico de alguns dos anteriores, no entanto sempre foi visto como um remake que acertou na adaptação do seu objecto fílmico. e eu digo isto: vão pó caralho. The ring é um filme chato com uma pretensa atmosfera de medo mas sem nunca a conseguir concretizar e tem cenas ridículas como um cavalo maluco dos cornos a galopar por um barco fora. Buédafixe. Naomi watts tornou-se alta actriz depois disto (mais à pala do mulholland drive do lynch pois claro) e gore verbinski fez-se menino para se meter no "pirates of caribbean" - por mim tudo bem, mas este filme já era enfiado num buraco, tapado com bosta de boi no meio do deserto do arizona. Prémmio parvoíce do caraças para esta coisa sem nexo.


6 MOVES QUE DEVIAM SER RECONHECIDOS NA RUA TIPO CRISTIANO RONALDO


1- ED WOOD


Provavelmente é o melhor filme de tim burton, a par de big fish a meu entender. A biografia de edward d.wood jr o mano maluco da marmita com uma paixão gigantesca por cinema e que curtia vestir-se à gaja (claramente seria um potencial folião do carnaval aqui da terra) é das coisas mais genialmente delirantes que já devem ter sido feitas em hollywood. Foi o filme que originou o salto de tim burton para a excelência, que tornou johnny depp o actor do caraças que é hoje. Está bem, está bem, já tinha havido edward scissorhands antes, mas aí depp ainda não estava no "formato jack sparrow" digamos assim. E ed wood tinha um elenco fabuloso... é comédia, é drama, é uma obra genial que pouco sucesso teve. e que merecia ser glorificado enquando um dos melhores filmes da década de 90.

2- HOT FUZZ



Senão fosse nuno markl, este filme ia pelo ralo abaixo tal como foi o brilhante "shaun of the dead". Realizado por edgar wright e com frost e pegg novamente em dupla, hot fuzz é como se enfiássemos sylvester stallone à porrada com manos no meio da bela terra da vidigueira. a saga de um bófia exemplar que é destacado para uma terra de província, é um filme cómico de acção divertidíssimo, que entretém como tudo e uma homenagem descarada e gigante tanto aos buddy movies, como aos blockbusters de acção hollywoodescos. Um filme com uma data de sumo, inteligente e que demonstra que muitas vezes os melhores filmes não passam nos cinemas, por interesses comerciais bacocos e ilógicos. OK, este passou mas foi milagre do grande.


3 - THE MIST



Darabont teve reconhecimento absoluto com the shawshank redemption, mas tanto the majestic, como este the mist passaram praticamente ao lado de carreiras que mereciam ter sido muito mais lucrativas. The majestic é um bom filme; the mist é genial no medo que imprime, na reacção humana em relação a esse medo, na assustadora transformação das profecias inicialmente ridículas, para a coisa mais crédula do universo, focadas na personagem de marcia gay harden. Isto já para não falar no final mais aterrador da história do cinema, atrevo-me a dizer. Foi provavelmente o melhor filme do seu ano (2007) e merecia todos os prémios do mundo. Em vez disso teve uma carreira tão discreta nas salas como carlos queiroz na selecção nacional...

4- THE 25TH HOUR



Spike lee é dos meus realizadores favoritos. 25th hour é o filme que o capta para patamares de genialidade. Edward norton teve provavelmente o papel da sua vida neste filme. "5th hour é um rasgar de emoções face a uma nova iorque ainda a sarar as recentes dores do 11 de setembro. E fá-lo através de um tipo que está nas suas últimas horas de liberdade. Monty(norton) é a personificação de uma cidade, de um país de uma cultura que se achou sempre soberana, sempre intocável e que é tocada fatalmente no coração. E a passividade parece continuar instalada. Spike lee cria um filme com uma série de camadas, com algumas cenas geniais (norton ao espelho do wc, o diálogo entre as personagens de barry pepper e phillip seymour hoffman, ou a cena final do filme) e visualmente muito forte e realista. foi esquecido de tudo e umas botas- mesmo dos espectadores- porque é tudo uma merda seca. Merece ser visto? foda-se, merece é ser venerado...

5- BIG FAN



Eu próprio sou um bocado de bosta de boi. encontrei "big fan" por acaso, "adquiri-o" e o que vi deixou-me estarrecido: esta história simples de um fanático de uma certa equipa de futebol americano, mais loser que o charlie brown, é comovente, deprimente, cáustica, irónica, e mais um conjunto maroto de adjectivos que a serviriam perfeitamente. Realizado pelo argumentista de "the wrestler" (filme que ainda não vi, alta merda) "big fan" é uma parábola sobre os fanáticos de futebol, num filme bastante duro e que tem como mais valia nunca desiludir o espectador face às decisões tomadas pelo personagem principal - num papel do catano de patton oswalt. Merecia chegar aos óscares, ganhar tudo e mais alguma coisa e ter 23345367675544233 milhões de pessoas a vê-lo.

6 - CHASING AMY



Sim, eu curto milhões do kevin smith. Os três primeiros filmes dele são do catano, e o resto da filmografia, no geral, é muito boa. "Chasing amy" será a par do primeiro clerks o melhor filme do mano gordo de new jersey. E é uma comédia romântica com um par gigantesco de tomates, sobre um tipo que se apaixona por uma bacana fufa. Tem momentos cómicos deliciosos, dramatismo à bruta e consegue no geral ser uma parábola a todas as babes que nós curtimos mas que acabamos por perder a meio do percurso por estupidez nossa. e tudo isto num modo realista, sem paninhos quentes e sem músicas paneleiras a meio. Provavelmente a obra de kevin smith que merecia um reconhecimento muitíssimo maior do que aquele que tem. OK, clerks é genialíssimo, mas chasing amy pouco ou nada lhe fica atrás. é ir a correr vê-lo porra.


e é isto. se na primeira categoria fiz a cena espremida à bruta, neste caso falar de "savages","the fountain", "Gwoemul", "idiocracy" , entre mais cinquanta mil, só me tinha feito bem. mas que se lixe agora.