quarta-feira, 18 de agosto de 2010

moves recentes: siga parlar à parva

INCEPTION de christopher nolan



Toda a gente sabe a premissa: quadrilha que rouba sonhos a povo, contratada por outro povo que quer micar as ideias presentes nesse subconsciente antes delas se transformarem em algo palpável, é contratada para implantar uma ideia noutra pessoa a troco de guita e idoneidade para o manda-chuva dos gajos. Chega?

Inception é uma película que funciona como um relógio: tudo, mas mesmo tudo está colocadinho na gaveta certa, no local correcto para que toda a narrativa funcione sem falhas. a construção em si está tão bem executada que sabe em cada momento aquilo que o espectador sente, aquilo que ele quer saber e aquilo que ele poderá pensar sobre o que está a ver. Noolan criou um argumento com uma cadência perfeita. para além disto os actores foram muito bem escolhidos, e todo o casting se mostra tremendamente unido ao longo do filme.

Inception ainda por cima consegue a proeza de ser um misto de um porradão de géneros: é um heist movie, é um filme de acção, mas por vezes também é um drama e vai até buscar muitos elementos ao género fantástico pela forma brilhante e eloquente em como constrói cada sonho que vemos (e constrói é mesmo coisa literal) e pela própria reacção das personagens - aqui sobretudo de di caprio e seus demónios interiores - em relação aos sonhos que supostamente eles dominarão.

Mas o melhor do filme é que ele consegue ter todos estes elementos e ser ao mesmo tempo um blockbuster: não é extremamente complexo, mas não cede a qualquer facilitismo. Tem um factor entretenimento elevadíssimo e ao mesmo tempo é uma obra autoral. Jogar neste limbo é algo que nolan sempre fez bem e elevou ainda mais a fasquia com este filme.

Pode parecer parvo, mas a falha maior de inception é não ter falhas: e como não tem falhas por vezes pode-se tornar frio aos olhos de quem o vê: como uma obra de arte que todos admiramos mas com a qual não nutrimos um irracional amor. Neste caso isso não me parece existir: inception tem todos os seus argumentos no sítio e não permite irracionalidades. De qualquer forma há que dizê-lo: se permitisse nolan iria desvirtuar aquilo que quis criar. E é curioso que nós mesmos acabamos por tomar nota desta pecha mas ter consciência de que não seria possível emendá-la: inception é um relógio e os relógios não se quedam por amores e ódios e cenas afins.

No geral leva oito elen pages e meia (ela é pequenina mas pronto, um gajo tinha de a encurtar um tudo nada mais) em dez.




Fixe não é? Primeiro meto a giselle bundchen seminua a seguir, espeto com...a odete santos. é assim na base do simpático turn off que um gajo curte espantar o povo. Mas eu nem diria uma odete santos: diria uma daquelas babes com quem um gajo tem acção por já estar meio bezano e a cena acaba por desenrolar. Quem? foda-se que agora tinha de pensar.

Sim, the last airbender é mau. Não não é um bocado de póia apanhada nos confins da idade do gelo e criada por 3243547689 mamutes com mais caganeira que 400 milhões de mrs metanos juntos. Shyamalan fez merda mas foi mais calcá-la do que propriamente o acto em si. Posto isto, a análise é simples: actores?mau. direcção dos mesmos? um cocó gigante.argumento? foda-se ele que páre de escrever depressa que aqueles diálogos são uma decadente comédia. Realização? boa porra. aproventamento do conceito da série propriamente dita (que veiodo nickelodeon) razoável/bom. Efeitos visuais e banda sonora? porreiríssimos.

Tecnicamente o filme está bem feito. Tem sequências de acção interessantes, mesmo aqueles gestos paneleiros que eles fazem para atacar com o seu específico elemento se aguentam, e é fixe vermos povo a andar à porrada, uns com ar (mas sem bufas) outros com fogo e outros com água etc. as sequências de batalha estão bem dirigidas. E epá existe um feeling de entretenimento que este filme tem (sobretudo na sua segunda metade, bem melhor que a primeira que quer despachar a história mais depressa que a gente se quer despachar da fila prós impostos) e que shyamalan consegue mais ou menos imprimir. Faltou desenvolver decentemente os personagens - e o avatar vivido por nah ringer até tinha o bónus de possuir um problema de consciência por não aguentar a tamanha responsabilidade de ser o avatar- coisa que shyamalan aproveitou mal - e mudar os actores.

Ou seja the last airbender é medíocre. Não é péssimo. Está é na moda andar à porrada com o shyamalan e siga toda a gente bater nele, armadões em bullies da vida só porque é moda. E com tanta efusividade em dar-lhe pontapés esquecemo-nos de ver a coisa com clareza: shyamalan tem bons filmes para além de sixth sense e unbreakable (do signs não gosto eu) the village é do camandro, lady in the water come-se, e o the happening é bem bom - e agora batam-me a mim porra.

este leva quatro elementos em dez (só há cinco elementos mas agora ando armado em avatar e inventei mais cinco)

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