sexta-feira, 14 de agosto de 2009

D. Sebastião - o regresso ou é manel cruz e seu povo?







Portugal é o país da espera. Nunca conseguimos fazer nada sólido: estamos sempre a desenrascar-nos. Não sabemos como se faz algo, inventamos qualquer coisa que safa, enquanto esperamos pela verdadeira solução. O sol torra-nos os miolos. E depois quando vemos uma coisa que nos pareceu bem feita queremos que ela não acabe. e quando acaba, como parece que somos meio inúteis que só nos conseguimos "safar" queremos que volte à bruta. Mesmo se quem a fez não esteja minimamente interessado nisto.

Estas generalizações parvas, típicas das conversas inúteis do "ah e tal nós portugueses somos muito isto e aquilo", que basicamente não levam a lado nenhum, têm a ver com uma petição que anda por aí sobre o regresso dos ornatos. O meu comentário é este: está tudo parvo.

Os ornatos acabaram há colhões como toda a gente sabe. eu acho-os muito bons, um rock cuidado com laivos mais pesados,alguns laivos experimentais e jazzísticos pelo meio, bem como alguma pop matreira, letras interessantes, música tremendamente inteligente diria. E ficaram mito para algumas pessoas. Porquê? Pela maior razão da existência de um mito: morreram muito cedo. Dois discos e acharam que já não valia a pena. E foi sobretudo depois de terem acabado que as pessoas perceberam o que tinha perdido.

Mas este caso é simples: as pessoas perderam porque eles acabaram pouco depois de "o monstro precisa de amigos". algo normal portanto. e como de facto a discografia deles é muito boa, embandeirou tudo em arco. Tornaram-se uns nirvana portugas mas em bom. Em muito bom até.

No entanto é estúpido haver uma petição para voltarem. Simplesmente porque isso só poderá acontecer se a banda estiver para isso, mais nada. O ridículo da coisa é perceber como é que alguém acha possível ter alguma influência no regresso dos gajos. Mas nós somos o país da crença no regresso. Acho que se a história do d-sebastião fosse hoje, já existiriam umas 324365 mil petições para pedir que o gajo renascesse em alcácer-quibir.

Teve azar de ter vivido no século XVI o homem. e os ornatos têm o azar de terem virado mito. Ou quantas vezes já não devem ter perguntado ao manel cruz para o homem voltar com a banda? Enfim coisas parvas da vida.

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